Anticiclone provoca maré seca do Uruguai até SP

Anticiclone maré seca - boat shopping (1)

A atuação de um intenso anticiclone – sistema de alta pressão atmosférica – sobre o Oceano Atlântico nas últimas 96 horas intensificou, e muito, o vento de nordeste entre a costa do Uruguai e de parte do Sudeste e Sul do Brasil, onde o fenômeno da maré seca foi registrado.

 

Como este não foi apenas um simples anticiclone e sim um sistema bastante potente, com núcleo chegando a mais de 1044 hPa (hectopascais, unidade de medida da pressão atmosférica), a pista de ventos que giram no sentido anti-horário tornou-se bem intensa, capaz o suficiente de levar as águas da orla, com a maré baixa.

 

Anticiclone maré seca - boat shopping (1)

 

O efeito, de praias completamente secas, passarelas à mostra e barcos encalhados alimentou a visibilidade de catástrofes, que vivem disseminando nas redes sociais, mentiras, apenas para atrair curtidas e seguidores. Alguns, chegaram ao ridículo de espalhar na web que o recuo da água ocorreu devido a um forte terremoto e que um tsunami atingiria o litoral.

 

Tal “informação” completamente descabida criou pânico nas pessoas, mas principalmente turistas, que não estão acostumados em ver uma maré seca, fenômeno mais que normal,  que ocorre todos os dias. Telefones das Defesas Civis ficaram congestionados dada à falácia sobre o tsunami.

 
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O vento intenso de nordeste atingiu primeiramente o litoral leste do Uruguai entre sexta-feira (11) e sábado (12), onde praias famosas em Punta del Este, no departamento de Maldonado, ficaram secas. Até mesmo na capital, Montevideo, as águas recuaram.

 

No Brasil, o fenômeno natural baixou as águas do Lago Guaíba, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e fez desaparecer a água de boa parte dos municípios litorâneos do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

 

 

O anticiclone que atuou nas últimas 96 horas entre a América do Sul e a África já está bem mais enfraquecido, com núcleo de 1032 hPa e cada vez mais distante do Brasil e mais próximo da costa africana. Apenas no ano 2000, cartas sinóticas da Marinha do Brasil mostraram altas tão expressivas, com valores acima de 1045 hPa, sobre o Oceano Atlântico.

 

As cartas sinóticas de superfície elaboradas pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe) mostram o deslocamento e a intensidade do anticiclone, novamente, fenômeno natural, sem interferência alguma do ser humano.

 

Para os catastrofistas de plantão, a informação não é muito boa, dependendo do ponto de vista. Com a passagem de uma frente fria, o vento já mudou de direção e agora um ciclone extratropical – fenômeno natural – e não manipulado provocou ressaca, com ondas de até três metros de altura na orla do Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil, conforme aviso expedido pelo Cptec/Inpe e Marinha.

 

Crédito das imagens: Reprodução/Google – Reprodução/Cptec/Inpe – Eduardo Bondan – Wagner Cardoso via WhatsApp

 

Fonte: De Olho No Tempo Meteorologia

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