Competição chegou ao segundo dia no YCSA e contou com visita de bicampeão olímpico Torben Grael
O segundo dia de regatas da Copa da Juventude 2023 foi marcado por ventos mais fracos na Represa de Guarapiranga, em São Paulo (SP). O evento para a nova geração da vela é promovido pelo YCSA – Yacht Club Santo Amaro e pela CBVela – Confederação Brasileira de Vela.
Nesta quarta-feira (1º), nem todos os mais de 130 competidores puderam participar das provas. A fraca intensidade de vento não permitiu a realização das regatas da prancha IQFoil e da Formula Kite.
Os velejadores que foram para a água nas classes 29er, 420 e ILCA enfrentaram condições um pouco diferentes às da terça-feira (31), quando o campeonato começou. Foi um dia de vento de médio para forte de até 14 nós, diferente desta quarta, que teve no máximo 6 nós.
”Na Guarapiranga, assim como outras raias, é preciso ter paciência e atenção. Hoje, por exemplo, a classe 29er foi e voltou para água entre o período da manhã e da tarde. Por isso, a CBVela e os gerentes de regata ficam em constante contato para ver as condições de vento. Temos que garantir uma competição justa”, disse Walter Boddener, gerente de eventos da CBVela.
”O nível da vela jovem está aumentando cada vez mais, com atletas que já disputaram grandes eventos e mundiais de suas classes. Os atletas buscam evolução e investem em aprendizado e treinamento”.
Todos os dias após as regatas, a equipe técnica da CBVela se reúne com os velejadores e treinadores no Race Village do YCSA para fazer um debriefing passando as principais condições do dia e avisos importantes para o campeonato.
Oportunidade única para a nova geração aprender com os erros do dia e saber como os mais experientes lidam com situações de vento mais fraco em um dia e mais forte no outro.
”Gosto muito de ouvir meu treinador antes das regatas e sempre presto atenção nas condições de vento. Tenho apenas 14 anos e estou aprendendo muito, por isso vou aos debriefings para saber onde posso melhorar no dia seguinte”, contou Valentina Guimarães Roma, atleta pernambucana do Cabanga Iate Clube.
Com pouco vento no segundo dia de Copa da Juventude, a estratégia da garotada foi buscar conselhos dos treinadores e dos mais experientes, como o bicampeão olímpico Torben Grael, que esteve presente no YCSA durante todo dia assistindo às regatas.
O ídolo do esporte brasileiro fez uma palestra após a conclusão das provas e trocou experiências vividas em sua carreira, desde o início no Lago Paranoá, em Brasília (DF), até as conquistas de títulos mundiais, olímpicos e da Volta ao Mundo.
”É um campeonato importante para a vela brasileira. Nosso desafio é aumentar a base da pirâmide da vela olímpica. Por isso, a Copa da Juventude é uma chance de fazer com que os jovens se sintam motivados para fazer campanhas olímpicas e sigam essa trajetória de sucesso”, disse Torben Grael, atleta dono de cinco medalhas olímpicas.
”Quando tinha 16 anos treinava mais que todos os outros jovens. Tenho certeza que ninguém velejava mais que eu naquela época. Atualmente, algumas pessoas falam que Martine e Kahena treinam muito e mesmo tendo talento elas continuam treinando bastante. O treino é um grande diferencial para chegar preparado”.
A previsão para a quinta-feira (2) é de vento fraco, que não deve ultrapassar 6 nós, repetindo a situação do dia.
Resultados da Copa da Juventude
A classe ILCA teve ao todo duas regatas no dia e o gaúcho Felipe Fraquelli (VDS) segue na liderança com 6 pontos perdidos, seguido por Lucas Zorzi (CDJ) com 15 pontos e Mathias Reimer (YCSA) com 18 pontos. Na pontuação, já entrou o descarte do pior resultado. São 63 barcos disputando a categoria. Entre as mulheres, Ana Roth (VDS) é a melhor após cinco provas no total.
”Hoje o vento foi mais fraco, diferente de ontem! A tendência é que a condição continue na quinta-feira e depois aumente. Os velejadores que estão na frente devem estar preparados para todas as intensidades”, contou Gustavo Kiesling (YCSA), que está em quinto no geral.
Na 29er, Guilherme Menezes e Fernando Menezes (ICSC) somam apenas 5 pontos perdidos contra 13 de Theo Chao e Rafael de Moricz. Na 420, Gustavo Glimm e Luiza Madureira (ICRJ/VDS) seguem na ponta da Copa da Juventude com 11 pontos perdidos, mas estão empatadas com Julia Cantarino e Sofia Berardo (ICRJ). Joana Gonçalves e Gabriela Vassel (ICRJ) têm 13.
Na kite, Marcos Americano Rodrigues (BL3/YCSA/CBC) segue na liderança. Já na IQFoil, os destaques do dia anterior foram Guilherme Munhoz (TEMPO) e Sofia Faria (ICB/CBC).
Apoio à vela Jovem
A vela brasileira tem como destaque o Núcleo de Base do programa da Confederação Brasileira de Vela – CBVela junto com Ministério do Esporte pelo Convênio 920223/2022.
O projeto ajuda no fomento à modalidade desde o ano passado. Sede da Rio 2016 e de outros grandes eventos da vela, a Marina da Glória, na capital fluminense, recebe adolescentes entre 13 e 17 anos para treinos visando eventos nacionais e internacionais da Vela Jovem. Outros campings de treinamento foram realizados no Clube Naval Charitas, em Niterói (RJ).
O trabalho leva jovens atletas a se aperfeiçoarem na modalidade, com o propósito de levá-los ao alto-rendimento, incluindo participações em classes olímpicas e pan-americanas.
Programação
2/2
Regatas
Palestra: A água em que velejamos. Sydnei Schekler
3/2
Regatas
Palestra: A rota polar – Beto Pandiani
4/2
Regatas
Cerimônia de premiação
Sobre o YCSA
Localizado na cidade de São Paulo (SP) às margens da Represa de Guarapiranga, o YCSA é cercado por muito verde, compondo um cenário natural perfeito para a prática da vela. Berço de vários campeões mundiais, o YCSA carrega a tradição de uma biografia admirável ao lado da modernidade de suas instalações e barcos.
Fazer parte desse clube é ajudar a escrever uma história que começou em 1930 e que, desde então, tem marcado a vida de cada associado. Com estrutura náutica privilegiada, o clube conta com hangares modernos para estadia de embarcações à vela e motor, escola de vela com embarcações próprias, rampa de 25 metros de largura com baixa inclinação de acesso à represa, deck e píer com maravilhosa vista da represa, trator e guindaste para transporte de embarcações, marinheiros bem treinados e lanchas e botes de apoio.
O Yacht Club Santo Amaro tem 24 mil m² repletos de natureza e é conhecido dentro e fora do país por sua estrutura náutica de ponta, oferecendo as melhores condições para o aprendizado e prática da vela. O clube é reconhecido não só pelos seus atletas campeões, mas também por sediar eventos de vela nacionais e internacionais.
Sobre a CBVela
A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.