Já pensou em usar o motor de carro num barco?

Homem usa motor de carro em barco no Acre-boatshopping

Insatisfeito com o rendimento e o barulho de dois motores de 13 HP que utilizava no mesmo barco, para fazer o transporte de passageiros entre os municípios de Cruzeiro do Sul e Porto Walter, ambos na região do Vale do Juruá, no interior do Acre, o barqueiro José da Silva Martins, de 36 anos, teve a ideia de adaptar o motor de um carro modelo Gol, em uma embarcação. O resultado é mais rendimento, menos barulho e uma procura maior dos clientes pela novidade no transporte fluvial da região.

“Estou nesse ramo de transporte fluvial desde criança e vi que era possível adaptar um motor de carro. Decidi tentar e com a ajuda de dois mecânicos fizemos a adaptação para colocar o motor de partida e a rabeta. Muita gente apostava que o motor não suportaria, mas fizemos um sistema de ventilação melhor do que no carro, a água do rio passa por dentro do motor e o resfriamento o torna mais resistente. Já fizemos mais de 40 viagens e até agora não deu problema”, explica o barqueiro.”

“O motor de potência 1.8 HP reduziu em quase três horas a viagem do mesmo barco carregado com 12 passageiros, entre Cruzeiro do Sul e o município de Porto Walter. O percurso que era feito em até sete horas e meia é realizado com o motor de carro em quatro horas e meia. O desempenho na água e o silêncio tornam a viagem mais confortável.”

Homem usa motor de carro em barco no Acre-boatshopping

A idéia da utilização do motor de carro no barco já foi copiada por outros ribeirinhos

“Foi uma ideia excelente, a gente percebe a potência, bem diferente dos outros motores que são mais barulhentos e acaba perturbando quem viaja. Gostei demais, fico impressionado com a criatividade, ainda bem que tudo deu certo”, comenta o ribeirinho José Coelho de Souza, de 52 anos.

O motor de carro foi adaptado no barco há quatro meses, a ideia já foi copiada por pelo menos outros quatro barqueiros. “Tenho certeza que daqui uns dias todos os barqueiros vão procurar um motor desses para adaptar, economizamos o nosso tempo e o de quem utiliza o nosso serviço”, conclui José da Silva, autor da ideia.

Fonte e fotos: Genival Moura/G1 AC

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