Yacht Club Paulista: vocação para esporte e lazer

As glórias acumuladas pelo Yacht Club Paulista (YCP) ao longo de oito décadas estão diretamente relacionadas à vela. As medalhas olímpicas e títulos mundiais conquistados por seus ilustres velejadores, passando por Joerg Bruder, Bruno Prada e Jorge Zarif, sustentam de maneira inquestionável a tradição e a credibilidade do clube fundado às margens da Represa Guarapiranga em 1932. Hoje, porém, diante das necessidades de seus associados, o YCP estende suas atividades além da vela.

 

É rotina nos finais de semana, enquanto os barcos velejam, a intensa movimentação de outros esportistas e daqueles que buscam lazer saudável nas dependências do YCP. As oito quadras de tênis (seis com piso de saibro e duas rápidas) costumam ficar lotadas, principalmente em épocas de torneios. As escolas de remo e stand up paddle também despertam interesse nos adeptos das modalidades náuticas, assim como a procura natural pela vela e pela qualidade dos espaços de alimentação. O tetracampeão mundial da classe Star, Bruno Prada, foi praticamente criado na represa e no YCP. “O que mais aproveitei na infância foi a piscina, e também gostava de jogar futebol. Depois veio a vela”, lembra o medalhista olímpico.

 

Ciente da necessidade de diversificar as atividades para contemplar as exigências dos associados, o comodoro do YCP, José Francisco Agostini Roxo, tem se esforçado para adequar o clube ao modelo ideal. “Diante do cenário econômico do País, o ano de 2016 foi de superação, mas com a cooperação do associado, mantivemos os investimentos indispensáveis, preservando a estrutura e projetando a notoriedade do YCP no cenário nacional mesmo em momento delicado. O saldo de sócios estável é motivo de comemoração”, exalta Roxo.

 

 

Criatividade e solo firme

As dificuldades do período levaram a diretoria do Yacht Club Paulista a criar condições para inovar a fim de que o clube pudesse superar os obstáculos em favor de seus associados. “Na área social, realizamos o nosso primeiro ‘Open House’ para apresentarmos aos organizadores de eventos sociais e corporativos, os espaços do clube e a estrutura que possuímos entre restaurante, bares e lazer. Estabelecemos ainda convênio inédito de reciprocidade entre associados com o Iate Clube de Santos (ICS)”, enfatiza o comodoro Roxo.

 

A maior conquista do YCP em 2016, porém, foi a construção do piso do Parque Náutico, inaugurado recentemente, em dezembro, cumprindo à risca o cronograma físico e sob rigoroso controle financeiro. “Um exemplo de planejamento, união e força em um clube que tem na qualidade e no envolvimento de seus associados o principal valor. Se a náutica é o coração do YCP, o piso novo é a nossa veia”, declara Roxo, orgulhoso da obra destinada aos três hangares.

 

Na água e no saibro

Se na vela, a Copa YCP evolui neste ano para Copa Paulista, envolvendo também outros três clubes: ICS, YCSA e CCSP, nas demais modalidades o tênis se apresenta como a segunda paixão do associado. Em 2017 a Copa YCP de Tênis chega à nona edição com ênfase nas categorias infanto-juvenis, tendo como principal objetivo o incentivo à pratica do esporte e a formação de futuros esportistas entre os frequentadores do clube.

 

Nos dois últimos anos as competições nas quadras do YCP registraram crescimento relevante, totalizando na última etapa da temporada, em novembro de 2016, a participação de 116 atletas infanto-juvenis. O diretor de Tênis do YCP, Luciano Neris, projeta as ações para 2017. “Continuaremos priorizando as categorias de base, com quatro etapas ao longo do ano, mantendo os campeonatos masculino e feminino para as categorias de 10 a 18 anos. Incluiremos ainda a categoria sênior para tenistas entre 34 e 85 anos, homens e mulheres”.

 

Todas as competições do YCP são supervisionadas pela Federação Paulista de Tênis ou pela Liga Paulista de Tênis. Mais um projeto em fase avançada é o Centro de Treinamento de Tênis do YCP, voltado aos filhos de sócios e convidados. Mantido pelo clube, o centro tem coordenação do COT, dirigido por Carlos Omaki, eleito o melhor treinador de base do Brasil por dois anos consecutivos. “O plano para 2017 é de intensificarmos as aulas e demais atividades do COT no YCP”, espera Neris.

 

“O tênis tornou-se importante modalidade esportiva complementar no clube. Além de permitir o envolvimento dos sócios, familiares e convidados, promove novas amizades e confraternização que excedem às quadras, estendendo-se geralmente aos bares, restaurantes piscina e até às águas da represa. É sem dúvida uma alternativa diferenciada de lazer e bem estar em família”, conclui o diretor de Tênis do YCP.

 

Remando para o futuro

A vocação náutica do Yacht Club Paulista induz naturalmente o associado às águas da Guarapiranga, atraído tanto pelos esportes, quanto pelo cenário paradisíaco deste oasis paulistano. A exemplo do tênis, o stand up paddle (SUP) e o remo são modalidades que ganham praticantes no YCP e conquistam adeptos no mundo, a nível de lazer e de competição. O mesmo ocorre no Brasil com a canoa havaiana e o com o sufski, também praticados no YCP.

 

O diretor de SUP e Remo, Carlo Martini Caruso, revela que o YCP tem contribuído efetivamente para o desenvolvimento de atletas em ambas as modalidades. “Vemos as famílias bastante engajadas. Praticam religiosamente algumas vezes por semana. Com o fim das atividades na raia da USP ganhamos novos adeptos, sócios-esportistas que passaram a treinar frequentemente no YCP”.

 

O clube já recebe dois dos maiores eventos da cidade de São Paulo, a Va’a Sup Cup e o Kialoa Paddle Challenge. Além das aulas para iniciantes, o Yacht Club Paulista possui representantes entre os melhores do País. “Temos vários remadores competitivos: no SUP, o Tuca Santacreu, top três do circuito nacional em 2016, enquanto o Rafael Santacreu também foi top três na Canoa Havaiana. Temos ainda, integrantes do YCP na segunda melhor canoa para seis remadores do Brasil”, revela Caruso.

 

Adequação aos associados e às leis

As ações projetadas pelo Yacht Club Paulista para o desenvolvimento da prática de esportes em modalidades olímpicas e pan-americanas exigem recursos que extrapolam o orçamento ordinário do clube. Para viabilizar esse apoio, será necessário o aporte de verbas provenientes de fontes externas. O presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Frederico Hackerott, é um dos principais entusiastas da missão de promover no Yacht Club Paulista o desenvolvimento de atletas, desde a iniciação até o nível olímpico, e para alcançar esse objetivo a primeira providência será a adequação do estatuto social do clube às regras de governança condicionadas pela legislação de incentivo aos esportes .

 

“A Copa YCP fez a vela ressurgir com força em São Paulo. Agora em 2017 como Copa Paulista, numa nova dimensão e com diversos clubes atuando em parceria, crescerão a motivação e o desafio para buscarmos recursos por meio das leis de incentivo ao esporte”, afirma o também velejador na classe Snipe, Fredi Hackerott.

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