Coluna do Herman: As frontais e suas consequências à navegação

Coluna do Herman As frontais e suas consequências à navegação-boatshopping

Muito se ouve falar sobre as frontais, frentes frias, frentes quentes, vento noroeste, virada do tempo etc. Mas o que poucos sabem é como esses fenômenos se formam e de que maneira impactam nos planos daqueles que se preparam para um passeio no mar. Pois bem, estamos diante de uma das situações que apresenta um dos maiores riscos à navegação, pois as frentes estão associadas a ciclones que muitas vezes trazem além do frio, o vento e a chuva que modificam as características da superfície do mar, criando ondulações que dificultam significativamente a navegação, principalmente de embarcações de esporte e recreio como veleiros, lanchas e também os barcos de pesca. 

As frontais surgem do encontro de duas massas de ar que possuem características e propriedades diferentes no que diz respeito à temperatura, umidade e a pressão do ar no seu interior. Essas massas de ar possuem milhares de quilômetros quadrados de extensão. Devido a diferença de pressão, essas massas de ar estão sempre em movimento. É importante lembrar que o ar se move de um local de alta pressão para um de baixa pressão atmosférica. Um bom exemplo disso é o teste da bexiga de ar. Ao enchermos a bexiga a pressão do ar dentro dela aumenta e a mesma dilata suas paredes aumentando de tamanho. Se abrirmos a boca dessa bexiga o ar soprará de dentro para fora esvaziando-a até que a pressão se equilibre dentro e fora dela. É assim que surge o vento na atmosfera, das variações de pressão atmosférica. 

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Basicamente os tipos de frentes são: A frente fria, a frente quente, a frente oclusa, também chamada de oclusão e a frente estacionária.
A frente fria se caracteriza pela movimentação do ar frio sobre a massa de ar quente. A frente quente, o oposto. O ar quente avançando sobre o frio. Na frente oclusa temos uma situação onde a frente fria se move mais rápido ultrapassando a massa de ar quente elevando-a e deixando o ar mais fresco na superfície. Na frente estacionária encontramos uma situação onde existe um equilíbrio entres as massas de ar quente e fria. Neste caso elas não se deslocam ou o fazem muito lentamente. 

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Há muito assunto para se aprender na análise das mudanças climáticas causadas pelas frontais, mas vamos focar agora nas frentes frias que atingem a costa do Brasil trazidas muitas vezes por grandes ciclones extratropicais que além de mudarem as características do clima de forma mais relevante na região por onde eles avançam, podem também causar diversos outros problemas, como mar grosso, maré meteorológica, que é a elevação do nível do mar causado principalmente pela força gerada pelos ventos do ciclone e o efeito de Coriolis, as famosas ressacas onde o mar avança sobre a faixa de areia muitas vezes causando danos à propriedades e os ventos fortes que podem atingir velocidades muito altas na Escala de Beaufort, escala criada pelo meteorologista anglo-irlandês Francis Beaufort no início do século XIX que tem por finalidade classificar a velocidade dos ventos e seus efeitos gerados em terra e no mar. 

Os ciclones possuem centro de baixa pressão e os anticiclones centro de alta. Sendo assim, os ventos em um ciclone convergem para o seu centro de baixa em um movimento circular. A propagação desses ciclones vindos das regiões sul do hemisfério sul segue a costa brasileira alterando o clima, trazendo frio, chuva e mudando as condições do mar. Geralmente, antes da aproximação desses ciclones trazendo frio temos uma queda da pressão atmosférica, o ar fica leve e as massas de ar quente sobem para a atmosfera, facilitando a formação das principais nuvens de chuva como as Cbs (Cumulonimbus) e as Nimbostratus, entre outras. Muitas vezes é possível ver a aproximação da frontal, pois o céu, na direção da aproximação da frente, revela uma grande nuvem circular de coloração escura se aproximando lentamente trazendo junto com ela trovoadas e rajadas de vento forte.

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Muitas vezes esses ciclones acontecem afastados da costa, mas mesmo assim sofremos as consequências, pois o mar agitado durante a tempestade fica ondulado e essas ondulações dentro de algumas horas atingem a costa trazendo as famosas ressacas.

Há no mercado diversas ferramentas, como aplicativos para celulares e sites oficiais que mostram diariamente as condições com alertas chamados de Aviso de Mau Tempo. Mas o que mais vem fascinando os navegadores mais curiosos, é a possibilidade de poder acompanhar essas movimentações e fazer sua própria análise. Tais aplicativos, mostram previsões seguindo os modelos meteorológicos que com animação gráfica, descrevem com uma precisão considerável, a propagação desses sistemas meteorológicos e as condições específicas para a área desejada. 

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A meteorologia que um dia parecia distante e na mão de mecanismos de comunicação, chega definitivamente a nossas mãos, mas é preciso entender com responsabilidade esses fenômenos para que com o conhecimento, possamos de forma coerente e efetiva transformar toda essa tecnologia em garantia de uma navegação segura. 

Por: Herman Junior

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