Grandes Barcos: Cobra Capri 32

FOTOS: JOHN BRONW/ARQUIVO PESSOAL/BOAT SHOPPING

A Cobra Capri 32 é uma lancha que tem tudo o que um bom lobo do mar gosta. A começar pela sua história. O estaleiro Cobra foi um dos mais ativos da década de 80. Fez sucessos como a Marbela 22, a Sagitta 25, a Infinity 30 e criou sua master pice: a Capri 32. Entretanto, quando seu proprietário faleceu, o estaleiro balançou e os herdeiros até se aventuraram produzindo material de mergulho mas não teve jeito. O estaleiro soçobrou.

 

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Ficaram as unidades produzidas que hoje são objetos de desejo de navegadores que gostam de reformar lanchas antigas e melhorá-las com as técnicas, materiais e equipamentos modernos sem jamais descaracterizar a sua essência. Tanto é que a lancha tem mercado, custa em média R$ 220 mil, mas quando aparece uma boa para vender… Por falar nisso, a Cobra Capri 32 foi fabricada em duas versões: open e fly, o que era uma inovação para a época. Era uma briga direta com suas contemporâneas Oceanic 36 e a Carbrasmar 32, que também vinham com um mini-fly (e tem gente que acha que isso é a última novidade da indústria náutica). As três reinaram nas águas por muito tempo e, passados quase 30 anos, algumas ainda estão navegando por aí.

 

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A motorização original eram dois motores MWM VPI de 250 hp, diesel, pé de galinha. Isto possibilitava ao casco forte, reforçado de longarinas de compensado naval, a atingir 30 nós de top e 24 nós de cruzeiro. Há registros de lanchas com diferentes motorizações, com dois motores Mercedes 352 de 250 hp e até com dois Mercedes 366 de 250 hp ou de parelha de Volvo AQAD41 de 200 hp cada.

 

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A verdade é que o projeto é feliz, o conjunto aguenta bem o mar aberto, turbulento, e nos passeios agrada porque é muito estável, não oscila, ideal para levar crianças para passear. E sua vocação familiar ainda é ajudada pela sua configuração interna. A cabine tem pé-direito bem alto (uma pessoa com 1,85 m circula normalmente), com camarote de proa, camarote à meia-nau, sala de estar, amplo cockpit de comando, banheiro e minicozinha. Acomoda bem nove pessoas de dia e seis no pernoite.

 

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O médico paulistano John Bronw tem uma Cobra Capri 32 FLY 1991 que comprou em São Vicente de um carioca há três anos e a reformou inteirinha. Ele manteve os dois motores MWM VPI de 250 hp, mas revelou que o desempenho atual é de 22 nós de top e 18 nós de cruzeiro, a 2.300 RPM sem forçar. O consumo gira em torno de 20l/h. Bronw alojou um moderno gerador Onan, de 8 kva, entre os motores que lhe deu liberdade para instalar um micro-ondas, fogão elétrico, água quente no banheiro, ice maker, duas TVs, DVD etc. Fora isso, ele trocou a cor escura do casco original por um branco com faixas pratas, substituiu os vidros por um Ray-ban esverdeado claro e outras coisinhas a mais. Apenas para “modernizar” o que ele considera um lancha sensacional. “Eu tenho uma Magnum 28, mas essa ninguém da família sequer cogita abrir mão”.

 

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Segundo ele, a Vecchia Signora, batizada de Brisa, que ele e os dois antigos proprietários fizeram questão de manter, está em ótima forma. Tanto que ele a guarda em uma marina no canal de Bertioga e faz passeios constantes de Santos à Ilhabela. E aonde para faz sucesso. “No píer ou nos passeios ela é sempre uma atração. Outros proprietários quando veem querem conhecer a Brisa para fazer as mesmas reformas que fiz. É um xodó da família, inclusive a minha neta de três anos só quer saber de passear nela”, garante.

 

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FICHA TÉCNICA
Comprimento: 32 pés
Boca: 3,3 m
Motor: 2x MWM VPI de 250 hp
Combustível: 470L
Água: 250L
Passageiros/Pernoite: 10/6
Preço médio: R$ 220 mil

 

 

 

 

 

 

 

Cobra Capri 32

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