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Motor quente, cabeça quente

A revisão dos motores não está completa sem a limpeza do sistema de arrefecimento, que é responsável por manter a temperatura do equipamento adequada e constante durante o uso. Afinal, motor frio é sinônimo de cabeça fria.

 

A refrigeração dos motores é feita em duas etapas que se complementam: uma refrigera as partes marinizadas e a outra faz o mesmo com a temperatura interna dos componentes do motor. A primeira trabalha com a água do ambiente em que estiver navegando e a segunda atua com líquido de arrefecimento (solução de coolant e água desmineralizada ou, então, mistura aditiva pronta).

 

Volvo Penta D5 and D8 engines

Nos motores com rabeta, a bomba de água salgada aspira a água através da própria rabeta. Em seguida, essa água passa pelo trocador de calor da bomba hidráulica de direção e é filtrada, a fim de reter impurezas. Depois, a água é bombeada para o trocador de calor do combustível e passa pelo aftercooler, fazendo a troca de calor do ar de admissão. Na sequência, faz a troca de calor do óleo lubrificante, passa pelo trocador de calor de água doce, refrigera a curva de escapamento e, finalmente, é devolvida ao mar. Nos motores com caixa reversora, a água para refrigeração faz o mesmo percurso. As diferenças estão na aspiração, feita por meio de uma entrada de água no casco da embarcação, e a troca de calor do óleo lubrificante do reversor antes da água ser devolvida ao mar.

 

A refrigeração da parte interna do motor (bloco) garante o funcionamento perfeito de propulsão na temperatura correta. Todo o circuito selado funciona com o líquido de refrigeração, que sempre deve ser mantido no nível indicado. A mistura contida no tanque de expansão é impulsionada por meio da bomba de circulação para o bloco do motor, em que refrigera os cilindros e camisas, o cabeçote e a mufla.

 

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Se a bomba de sucção estiver obstruída, o sistema de água salgada recebe menos água e, consequentemente, deixa de refrigerar os demais componentes. O sistema de água doce lida com o coração do motor (processo de combustão e explosão) e deve ser verificado para não gerar problemas graves. Para que o motor trabalhe na temperatura correta todas as peças devem estar impecáveis.

 

A manutenção inadequada ocasionará o mau funcionamento de todo o conjunto de motorização do barco e, assim, colocará em risco o patrimônio e os convidados. Se na revisão o técnico apontar a necessidade da manutenção completa do sistema de arrefecimento, faça! A negligência é o caminho mais curto para fundir o motor do barco.

 

 

Fique atento!

– Preste atenção nos instrumentos do painel, especialmente aos que marcam a temperatura do motor;

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– Caso note aquecimento ocasionado sem motivo técnico aparente, verifique a bomba de sucção (e o rotor) e se a entrada de água não está sendo obstruída por algum objeto, como saco plástico;

– Verifique periodicamente os filtros de águas do motor;

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– Não esqueça que é imprescindível o uso da mistura aditiva. Ela deve ser usada todos os dias do ano independente do clima;

 

– A mistura aditiva é o único agente que tem proteção contra a corrosão dos componentes internos do motor;

 

– A mistura aditiva perde seu efeito depois de certo tempo e deve ser trocada conforme determina o manual;

 

– Nunca use água de torneira ou de bicas naturais no lugar da mistura aditiva pronta ou para incrementar o coolant concentrado. Água comum é rica em minérios, especialmente os ferruginosos.

 

 

 

 

 

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