Nadando com tubarões: uma reflexão de Jorge Nasseh sobre o mercado náutico atual

Uma reflexão sobre os altos e baixos que o mercado náutico está passando no momento.

 

Dizem que vida de construtor de barcos não é fácil. Quando a economia começa a se contrair o mercado náutico é o primeiro a sentir. As vendas caem. Quando a economia reage, as vendas de barcos são as últimas a saírem da estagnação. Se considerarmos ciclos de crise financeira e econômica a cada 7 anos, então construtores de barcos tem de 2 a 3 anos a cada década para prosperarem.

 

Não é de se estranhar que o número de fabricantes de barco tenha diminuído drasticamente ao longo dos últimos 2 anos. O trabalho de desenvolver um novo produto, treinar a mão de obra, incorporar novidades e tecnologia custam tempo e dinheiro. Precisa de perseverança para se manter vivo.

 

Isso me faz lembrar de uma história interessante, que tem a ver com os dias que vivemos. A maioria das pessoas sabem que os japoneses adoram peixe fresco, porém as águas perto do Japão não produzem peixes há décadas. Assim, para alimentar a sua população, os japoneses aumentaram o tamanho dos navios pesqueiros e começaram a pescar cada vez mais longe.

 

Quanto mais longe os pescadores íam, mais tempo levava para o peixe chegar nas prateleiras dos supermercados, e se a viagem de volta levasse mais do que alguns dias, o peixe já não era mais fresco. Como era de se esperar, os japoneses, nem ninguém gostou do sabor de peixes sem vida.

 

Para resolver este problema, as empresas tiveram uma ideia e instalaram frigoríficos em seus barcos. Eles pescavam e congelavam os peixes em alto mar. As câmaras frigoríficas permitiam que os barcos fossem mais longe e ficassem em alto mar por mais tempo, entretanto, os japoneses conseguiram notar a diferença entre peixe fresco e peixe congelado, e é claro, também não gostaram do sabor.

 

Tentando resolver novamente o mesmo problema, as empresas de pesca instalaram nos barcos enormes tanques para manter os peixes vivos, entretanto eles eram tantos que acabavam amontoados pela falta de espaço. Então, confinados, os peixes paravam de se debater e não se moviam mais, chegando cansados e abatidos, porém, ainda vivos. Embora a ideia fosse boa, os japoneses ainda podiam notar a diferença no sabor. Por não se mexerem por dias, os peixes perdiam o paladar. Os japoneses gostam de peixe fresco e não do sabor do peixe apático.

 

Para conservar o gosto de peixe fresco, as empresas de pesca japonesas tiveram então uma ideia brilhante: além de colocar os peixes dentro dos tanques, elas também adicionaram um pequeno tubarão em cada um deles. O tubarão come alguns peixes, mas a maioria chega “muito vivo”. Os peixes são desafiados. Ficam alerta e tentam sobreviver a qualquer custo.

 

A história acima tem muito do que vivemos hoje e talvez em diversas oportunidades em nossas vidas. No momento que a maioria das pessoas atingem seus objetivos, tais como quando encontram um amor eterno, tem sucesso na vida profissional, ganham dinheiro ou se tornam famosas, elas tendem a perder suas paixões. Começam a pensar que não precisam mais se esforçarem tanto, então relaxam, e não brigam mais pelo seu objetivo inicial. Estranhamente, o homem somente progride perante a um ambiente desafiador, e quanto mais persistente e competitivo ele é, mais ele gosta de um desafio. Pessoas assim vibram com as conquistas, e se divertem com o jogo. Elas ficam vivas!

 

Portanto, ao invés de evitar desafios, pule dentro deles. Massacre-os. Curta o jogo. Se seus desafios são muito grandes e numerosos, não desista. Reorganize! Lute com mais determinação, mais conhecimento e mais ajuda. Se já conseguiu alcançar os seus objetivos, coloque objetivos maiores. Uma vez que suas necessidades pessoais ou familiares forem atingidas, vá de encontro aos objetivos do seu grupo, da sociedade e até mesmo da humanidade. Crie seu sucesso pessoal e não se acomode nele.

 

Então, ponha um tubarão na sua vida e veja onde você realmente pode chegar.

 

Por: Jorge Nasseh

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