Você sabe como é feita a recuperação de um hélice?

Hélice-renovado-boatshopping

O hélice do barco, por incrível que pareça, desgasta tanto quanto os pneus. Acredite: o hélice do seu barco pode estar “na lona”, para usar uma expressão típica de quando se verifica que um pneu do carro está em péssimo estado. “O hélice sofre um desgaste natural do uso, vai afinando com o tempo. Fora isso, ele apresenta pontos ou até mesmo pequenas crateras formadas pela eletrólise, um processo eletroquímico que ataca o bronze de que é feito, causada pelo bloqueio dos anodos que deveriam protegê-lo ou por falhas no sistema de aterramento”, explica Sidney Nogueira, diretor da Person, empresa com mais de 120 anos de tradição no segmento de fabricação de peças de propulsão.

Segundo o especialista, é recomendável agir tal como se faz com os pneus. A cada seis meses, ou na manutenção anual, é recomendável realizar uma revisão que vai determinar se é preciso fazer apenas um alinhamento e balanceamento ou a recuperação do hélice. “Por mais que o barco não tenha pegado nenhuma pedra ou toco, se ele ficou encalhado, mesmo que por pouco tempo, o banco de areia não deixa marcas. O próprio peso do barco entorta o hélice e tira o seu balanceamento”, explica. Resumindo: o hélice pode ser atacado pela eletrólise ou ficar torto sem que o proprietário perceba. “Funciona como o pneu. Se ele tem alguma imperfeição, começa a vibrar e causa barulho e um belo estrago em todo o sistema de propulsão. E no mar não tem acostamento para trocar. É uma questão de segurança”, garante Sidney.

O especialista recomenda que tanto o alinhamento e balanceamento quanto a reparação dos ataques da eletrólise sejam feitos por uma empresa especializada, pois este simples cuidado evita a troca por um novo hélice. “Compensa muito mais cuidar do que trocar. O hélice recuperado fica tão bom como um novo”, garante Sidney.

Ele revela que, na Person, o hélice passa por um processo cuidadoso para esta recuperação.

1 – Retirada e Classificação

Antes de se começar o serviço, o hélice é cadastrado no sistema de que barco é, de qual marina, fabricante, número de série, diâmetro e passe.

2 – Pixômetro

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O hélice passa por uma análise para determinar se as pás estão no diâmetro e ângulos certos e também se está no passe ideal para aquela embarcação e a motorização que ela usa.

3 – Lixadeira

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O hélice é polido para tirar as impurezas e a camada de tinta e outros produtos que não pertencem ao bronze do hélice e depois passa por uma inspeção para que se identifiquem os pontos atacados pela eletrólise. As crateras e manchas, na verdade, são pontos de eletrólise. É incrível como eles são imperceptíveis antes de passar por todo esse processo.

4 – Solda

É feita uma solda com o mesmo material do bronze original do hélice para preencher os pontos maiores e mais profundos que interferem no seu desempenho.

5 – Acabamento fino

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O hélice é lixado para conquistar um polimento e um brilho final.

6 – Balanceamento

O hélice vai para um balanceador dinâmico, uma máquina que simula a mesma situação e a mesma rotação com que ele funciona no barco. O aparelho identifica as imperfeições.

7 – Lixadeira

O hélice retorna à lixadeira para ir desbastando, corrigindo o peso e o volume das pás até que elas fiquem iguais e o hélice rode de maneira ideal.

O processo todo dura de três a quatro dias. Depois, o hélice retorna até o barco e é feito um pente fino nas instalações do anodo e no aterramento do barco para evitar que este problema se repita.

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