Pense nas possibilidades de deslocamento a bordo de um kayak, moto aquática ou mesmo um stand up paddle… O jet kayak possui um pouco de cada principal característica dessas embarcações, mas de modo único.
O modelo não é exclusivo, pois existe fora do Brasil, mas o que surpreende são as soluções simples encontradas para que a embarcação seja de fácil manuseio e manutenção. Dentro de sua construção, todos os detalhes foram pensados para o baixo custo e fácil substituição, permitindo que o proprietário tenha mais horas se divertindo do que se preocupando.
O estaleiro RW, localizado em Itapetininga, SP, iniciou as pesquisas e testes há cerca de dois anos. Durante o teste, navegamos nas três versões evolutivas que receberam melhorias tanto na performance do motor, como no peso do casco.
O Jet Kayak é uma embarcação desenvolvida para navegação abrigada. Por esse motivo possui um casco que mantém o navegador muito próximo à linha d água, característica comum em muitos tipos de kayaks, mas com uma diferença, um motor totalmente adaptado ao casco que permite um deslocamento ágil e bastante estável.
Equipado com um propulsor estacionário de 6,5 hp em alumínio, de 200 cilindradas e 4 tempos, recebe a marinização dentro do próprio estaleiro, com alterações no sistema de lubrificação e aumento de potência, elevando sua performance para 8 hp, além de adaptações de baixo custo como as buchas do acoplamento. “Todas as soluções buscam reduzir peso e aumentar a potência da embarcação, que pesa aproximadamente 65 kg”, disse Ricardo Cyrineu dono do estaleiro.
A propulsão é à hidrojato, comumente chamada de turbina, semelhante às usadas em moto aquática e comandada por um manete que, em princípio parecia complicado, uma vez que seu comando para frente e para trás movimentava a embarcação para um lado e para o outro.
Imagine como se estivesse pilotando uma moto aquática com uma das mãos (direita). Para virar à esquerda, é necessário empurrar o guidão para frente. E caso queira ir para a direita, você o puxa para trás.
Nesse caso, a única adaptação seria para o canhoto, pois o manete de comando fica a boreste. O cockpit é confortável e de fácil acesso, a própria posição do piloto mantém os braços próximos aos comandos, independente da altura, alcançando os botões de ligar e desligar, bomba de porão, gasolina e manete de comando.
Na proa existe um compartimento que dá acesso ao tanque de combustível e um remo de emergência. Graças a disposição de peso da embarcação, é possível se inclinar e remar sem perder o equilíbrio.
Além disso, existe uma solução para quem passa muito tempo sem ligar o equipamento: uma entrada de 12V para uma carga na bateria, dispensando aquela super função de achar outra bateria, fazer chupeta e em último caso, existe ainda um fieira (cabo) característica em motores estacionários que, por conta de um descompressor, deixa seu acionamento muito leve, permitindo que qualquer pessoa possa aciona-lo manualmente sem qualquer dificuldade.
A embarcação foi projetada para navegar em águas abrigadas, sem ondas, mas no caso de uma embarcação maior gerar uma onda e alagar o cokipit, assim que o motor é acelerado, existe além da bomba de porão, um recurso da captação do hidrojato que suga a água rapidamente enquanto a embarcação se desloca á uma velocidade de cruzeiro de 25km/h.
Pontos fortes: muito leve, é possível transportá-lo como uma prancha de surf, devido às suas dimensões, não tem ré, mas manobra facilmente em seu eixo. O calado permite além de encalhar em terra, navegar em locais de baixíssima profundidade, como bancos de corais, igarapés e mangues.
Pontos fracos: pelo fato do motor ficar muito próximo ao piloto, o nível de ruído é perceptível, mas nada que incomode. A navegação é limitada por conta do casco ser baixo e sua capacidade de carga fica nos 95kg.
Estaleiro RW
www.jetkayak.com.br
Por Ricardo Machion