O nome é esquisito, mas é simples de entender o que significa essa palavra composta, os guarda-mancebo são aquelas estruturas tubulares, geralmente de aço inox, que “guarnecem” as laterais do barco para evitar que os passageiros (principalmente jovens mancebos) caiam no mar. Mancebo também significa uma haste de madeira ou metal com vários braços utilizada para pendurar roupa. Ou seja, existe uma relação que… já deu para entender.
Os guarda-mancebos são um dos itens de segurança mais usados em barcos, por isso raros são os que não contam com eles ao longo das laterais dos decks, no flybridge, escadas, postos de comando e em todo local de circulação de pessoas que demandam maior segurança com o balanço das ondas ou na hora de uma escalada.
A desvantagem é que eles não seguem um padrão, uma vez que cada barco é diferente, demandando um conjunto de guarda-mancebos específico. O que é comum a todos é o material de que são feitos. Mas nem tanto assim. Os melhores são feitos em aço inox 316L, o mais adequado e resistente. E isso deve ser levado em conta, pois ao ficarem expostos ao sol, maresia, água do mar e da chuva, produtos de limpeza e toda sorte de contato com as mãos das pessoas, tendem a sofrer um perigoso desgaste, comprometendo sua função de segurança.
Não é à toa que os tubos são um tanto curvos, pois isto visa não só melhorar o design e a “pegada”, mas, principalmente, facilitar que a umidade escorra. Toda a peça metálica, inclusive as partes soldadas, possui acabamento polido. Quanto menor a rugosidade da peça, maior sua resistência à corrosão. O aço inox 316L tem maior polidez, rigidez e resistência à corrosão.
Por falar na corrosão, em barcos à vela ela ataca bastante as partes instaladas fora d’água pela falta de aterramento. Mastro, guarda-mancebo, gaiuta e válvula da descarga devem estar conectados a uma placa comum conectada a um anodo de segurança para evitar a eletrólise. Esta mesma placa deverá estar interligada ao cabo do para-raios para evitar que alguém com a mão no guarda-mancebo receba um choque elétrico com consequências desastrosas.
– Atenção aos Detalhes:
Outro cuidado a se observar é com as bases que seguram a estrutura do guarda-mancebo no casco. Não faz muito tempo, a maioria dos barcos usava bases feitas em alumínio fundido. Agora já existem opções em inox 316L com 5 mm de espessura. E em instalações mais cuidadosas é possível colocar até um pequeno dreno na sua parte inferior, que não deixará acumular água em seu interior.
Por isso, vale a pena verificar tudo isso no seu barco e, ao se constatar uma deficiência, substituir a peça. Outro ponto interessante é que guarda-mancebos são feitos pelos estaleiros nas especificações de altura de um usuário padrão. Porém proprietários e familiares que usam o barco com frequência com mais de 1,90 m fogem dos padrões. É preciso solicitar uma proteção mais adequada ao seu tamanho na hora da compra ou substituir os já existentes.
Outro cuidado extremamente recomendável é instalar redes de proteção presas no guarda-mancebo quando se tem criança pequena ou animal a bordo.
Por tudo isso, é fácil resumir que os guarda-mancebos precisam ser, antes de tudo, seguros. Não permita que as pessoas abusem subindo neles para atirarem-se ao mar, por exemplo. Cuidado com instalações de churrasqueiras, porta-varas e acessórios nos guarda mancebos. O uso pode levar a um desgaste. E mesmo que você tenha sido cuidadoso, se constatar que estão um tanto soltos, balançando, não adie e faça a manutenção urgente antes que eles causem um acidente simplesmente porque não “guardam o mancebo” com segurança.