O novo projeto do estaleiro norueguês Ulstein chama-se “Thor” e é um navio movido a energia nuclear. O futuro do eco cruzeiro começa aqui?
QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DA ENERGIA NUCLEAR?
A busca por energias alternativas não é uma tendência, mas uma necessidade real, principalmente para o setor de cruzeiros. Os navios de cruzeiro que navegam em lugares exóticos e não contaminados, de fato, muitas vezes precisam lidar com necessidades ambientais e, acima de tudo, devem cumprir regulamentações governamentais cada vez mais rigorosas. Daí a ideia do estúdio norueguês Ulstein de se concentrar na energia nuclear.
Thor funciona essencialmente como uma usina flutuante , por isso não precisa reabastecer. Como tal, o navio cria a sua própria eletricidade e pode satisfazer as necessidades energéticas de 4 outros barcos. Para demonstrar sua viabilidade, Ulstein desenvolveu um projeto para outro navio de emissão zero , que será movido por Thor, chamado ” Sif “.
O nome deste segundo barco, não surpreendentemente, vem da deusa de cabelos dourados e esposa do deus do trovão. O Sif é um navio de expedição Ice Class de 100 metros , com capacidade para 80 passageiros, capaz de explorar áreas ambientalmente frágeis com mínimo impacto.
REATOR DE SAL FUNDIDO DE TÓRIO
O projeto de Ulstein envolve a construção de um reator de sal fundido , um tipo de reator nuclear testado pela primeira vez em 1960 e assim chamado porque utiliza uma mistura de sais líquidos em seu núcleo para dissolver o tório . Este último é um metal abundante e tem uma radioatividade menor que o urânio. A reação em cadeia a seguir aquece o sal, produzindo vapor que aciona uma turbina e cria eletricidade.
De acordo com Jan Emblemsvåg, professor da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, o reator de sal fundido é uma solução potencialmente mais segura e eficaz do que os reatores nucleares tradicionais. Operacionalmente, o reator opera a uma temperatura muito mais baixa e a fusão é impossível . Se o núcleo superaquecer, a mistura de sal cai automaticamente em um recipiente de contenção, onde se solidifica.
Embora os desenvolvimentos em terra estejam bem documentados, o mecanismo para fornecer energia nuclear limpa ainda não foi incorporado ao projeto de um navio. Teremos, portanto, que esperar mais alguns anos para ver uma geração de navios de cruzeiro totalmente auto-suficientes do ponto de vista energético.
