Barco de 6,5 metros conclui Regata Santos-Rio em mais de três dias

Mini 6.5 Xavante Crédito: Aline Bassi / Balaio de Ideias

A 71ª Regata Santos-Rio chegou ao fim na terça (26). O barco de 6,5 metros, Mini Transat Xavante, levou mais de 76 horas para completar o percurso de 200 milhas náuticas, enquanto os barcos maiores e mais velozes completaram a regata em cerca de 40 horas.

A perseverante tripulação do Mini Transat Xavante cruzou a linha de chegada na Baía de Guanabara no final da tarde de segunda-feira (25), após três dias e 4h42m24 de navegação para o percurso de 200 milhas (cerca de 360 km). Ele fechou a raia da Santos-Rio, sendo o último a atracar no Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ) entre os 30 competidores.

O vencedor da Classe Mini Transat foi o Daddy-O, com dois dias e 12 horas de prova. O Xamã Matrix Energia foi o primeiro a cruzar a linha de chegada e ainda venceu as classes ORC e VPRS (37h29m20). O Dona Bola foi o primeiro na BRA RGS (1d20h06m21), enquanto o Oka conquistou a Bico de Proa (2d09h02m10).

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Mini 6.5 Daddy-O Crédito: Aline Bassi / Balaio de Ideias

Esgotado, porém extasiado, o comandante do Xavante, Kan Chuh, relatou a proeza a bordo do Mini 6.5, ao lado de outros dois tripulantes, ao pisar em terra firme no ICRJ. “A 71ª Santos-Rio foi uma regata histórica, para fazer valer o antigo ditado: ‘barcos de madeira com homens de ferro’. Neste ano de 2021, meu plano era correr novamente a Mini Transat, entre França e Caribe, cerca de 4.200 milhas em solitário, mas devido à pandemia, tudo foi cancelado”.

Para o velejador baiano, a Santos-Rio serviu como uma compensação. “Foi uma réplica reduzida de uma grande travessia oceânica: cenários deslumbrantes, competidores determinados, ventos variados entre fracos, médios e fortes, tempestade, calmaria e muita emoção. A privação do básico como, sono, higiene e alimentação nos leva a pensar como podemos ser felizes com pouco: um banho quente, uma refeição preparada na hora ou uma cama limpa, que não balance. Reclamamos do dia a dia, sem termos motivos”, refletiu Kan Chuh, vencedor da Mini Fastnet em 2011 na França, antes de correr a Mini Transat em solitário no mesmo ano entre La Rochelle e Salvador.

Bico de Proa OKA Crédito: Aline Bassi / Balaio de Ideias

Em meio às dificuldades impostas pelo vento e pelo mar, houve uma surpresa para os velejadores do Daddy-O, vencedor na Mini 6.5. “O grande destaque da primeira noite foi nosso tripulante Dudu, saindo da cabine com uma pizza e um maçarico, proporcionando uma deliciosa refeição quente para amenizar o frio intenso que sentíamos”, contou Jonas Gomes, tripulante do Daddy-O.

“No Canal de São Sebastião fizemos uma velejada ótima, com mar liso e contravento entre 18 e 20 nós. O Daddy-O voou baixo sem sofrer. Antes porém, experimentamos o mar muito pesado, com ondas e vento contra. Tivemos algumas quebras simples de resolver, mas percebemos que o barco começava a ‘reclamar’ das batidas no mar e optamos por mudar o rumo e entrar no canal para poupar o equipamento. Até ultrapassarmos Ilhabela o contravento parecia infinito”, observou Gomes.

Campeão Xamã Matrix Crédito: Aline Bassi / Balaio de Ideias

Os barcos que seguiam em regata ao logo do domingo (24) e da segunda-feira, ainda aproveitaram o vento em popa que trouxe a frente fria à Região Sudeste. A Santos-Rio foi a prova de abertura do Circuito Rio de Oceano. Os barcos que partiram do Iate Clube de Santos (ICS) permanecem no ICRJ à espera das demais regatas previstas de 30 de outubro a 02 de novembro.

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