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Velejadores brasileiros farão travessia do Atlântico Sul em barco de 34 pés

Sigismundo Bialoskorski Neto, de 64 anos, Sergio Boris Davidoff Cracasso, de 56 anos, e Ricardo Nougueira de Athayde, de 45 anos, irão partir no próximo dia 20 de novembro de Ubatuba (SP), para a cidade do Cabo, na África do Sul. O objetivo será fazer a desafiadora travessia de 6.180 km cruzando a parte mais perigosa do Atlântico Sul em um pequeno veleiro Kanku dai V, de 34 pés, em 30 dias, enfrentado ondas de mais de quatro metros, ventos de mais de 60 km/h, economizando água e se guiando também pelo Sol.

A travessia do Atlântico Sul, já efetuada por outros velejadores como Amyr Klink, que circunavegou a Antártida, ou José Spinelli Neto, a bordo do Soneca, exige planejamento e treinamento. O estabelecimento da rota, as análises meteorológicas, a navegação por sextante e pelo sol, se necessária, a comunicação por satélite, o planejamento da alimentação em função do mar agitado e do pouco espaço, e o planejamento do consumo de água que é escassa, se apresentam como desafios permanentes em uma travessia a vela, que dependerá do regime de ventos.

“O desafio da pandemia nos levou mais intensamente para perto do mar, e nos levou ao preparo pessoal para essa importante expedição. O isolamento social foi, para nós, a oportunidade do desafio e do preparo para alcançar novos horizontes”, afirmou a tripulação do Kanku dai V.

Capitão Amador pela Marinha do Brasil, com experiência há mais de 20 ano, o Sigismundo possui especialização e cursos de Vela Oceânica, de Sobrevivência no mar feito no Colégio Naval da Marinha do Brasil em Angra dos Reis, de Meteorologia para navegação feito na Sede Social da Capitania dos Portos de São Paulo, entre outros. Além disso, ele conta com mais de 14.000 milhas náuticas navegadas, incluindo toda a costa brasileira de Porto Alegre a Fernando de Noronha, Caribe, Travessia do Atlântico Norte, e como participante de expedição em veleiro na Antártida, incluindo o Cabo Horn e o Drake.

O Sergio é Capitão Amador, com experiência em navegação internacional, em regatas, e especialmente na classe Mini de 21 pés. Já o Ricardo, é velejador experiente de longa data no Saco da Ribeira em Ubatuba.

A expedição contará com apoio em terra de meteorologista profissional, comunicação via satélite e por rádio SSB – com apoio de rádio amadores – orientação de nutricionista e orientação médica especializada. Haverá também uma página pública no Facebook com informações do que está ocorrendo a bordo, atualizada duas vezes ao dia, para todos aqueles que desejarem acompanhar a aventura e os desafios dessa travessia.

Sobre o veleiro

O Kanku-daí V é uma embarcação Beneteau Oceanis 34, de 34 pés (10,34 metros de comprimento), construída pela Beneteau, na França, com projeto original pelo renomado escritório Finot-Qonc et Associes, fita azul na regata Sidney/Hobart e prêmio de veleiro do ano na Europa e EUA. Ela é famosa pela sua estabilidade e velocidade.

O Beneteau Oceanis 34 é um veleiro com certificado de qualidade CE Europeu, que tem proa reta, popa aberta e foi construído especialmente para navegação em Mar Aberto em condições adversas.

A embarcação conta com eletrônicos de última geração, como GPS e Chartplotter com mapas eletrônicos da costa brasileira, leste da América do Sul e Caribe; um segundo GPS auxiliar; Rádio VHF para comunicação costeira; um segundo Rádio VHF-HT auxiliar; Rádio SSB de longo alcance prefixo PU2-WWA; instrumentos de meteorologia, anemômetro, ecobatímetro; além de comunicação por satélite (Garmin InReach); telefone móvel por satélite Inmarsat com cobertura global, e AIS – Automatic Identification System.

Há também, de forma auxiliar, um motor diesel Yanmar de 30 HP, com autonomia aproximada de 40 horas de navegação ou 240 milhas náuticas. O veleiro dispõe de 320 litros de água potável e autonomia de energia elétrica.

A embarcação possui três cabines e abriga até seis pessoas para pernoite. Há uma vela Gennaker para ventos favoráveis e amenos, uma Genoa 3 ou Buja, com enrolador para os ventos moderados, e uma Trinqueta de alta gramatura, em estai volante, para ventos fortes, com um rizo que a torna uma Storm. A vela mestra conta com dois rizos manejáveis de forma rápida do cockpit, e um terceiro rizo, para tempestades.

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