No entanto, o designer de iates Uros Pavasovic propôs uma maneira pouco ortodoxa de utilizar aeronaves descartadas e, ao mesmo tempo, expandir os limites do design de superiates. Ele projetou uma embarcação de 130 metros que é movida por motores a jato adaptados localizados em seu casco superior.
O conceito Cobra é influenciado por aeronaves militares e parece saído de um filme futurista. “As notícias de todos aqueles aviões descartados e seus motores a jato funcionando perfeitamente me fizeram pensar como eles poderiam ser reaproveitados em um mundo pós-pandêmico inspirado em ‘Mad Max'”, explica Pavasovic.
“O Cobra é um iate híbrido de 130 metros com motores a jato expostos que são usados para alimentar os geradores de maneira eficiente”. Pavasovic diz que se inspirou no dossel aerodinâmico do jato de combate ao projetar o superiate.
Sua estrutura foi com base no Lockheed SR-7 “Blackbird”, que foi operado pela Força Aérea dos Estados Unidos e pela NASA antes de ser aposentado em 1999. O Projeto Cobra também possui um helicóptero a bordo que tem a capacidade de pousar na água, dispensando a necessidade de um heliporto a bordo.
A inspiração para seu barco de apoio de cinco lugares, uma versão mini do iate principal, foi fornecida por veículos de efeito solo (GEV), particularmente o barco “voador” da era da Guerra Fria Ekranoplan, que era movido por motores a jato e realmente planava alguns metros acima da água. Além disso, a embarcação também terá um deck principal com piscina, uma grande plataforma de popa e um beach club gigantesco.
Embora Pavasovic descreva o conceito de superiate como um “conceito pronto para uso, beirando a ficção científica”, ele insiste que ele é bastante “edificável”.
“Pode parecer ficção científica, mas não é fantasia total”, acrescenta. “O único elemento irreal é que esses motores seriam barulhentos!”. O ruído dos motores a jato expostos poderia ser facilmente cancelado se eles estivessem contidos em uma sala de máquinas com isolamento acústico no casco, diz Pavasovic.
“Com essa troca de localização do motor, a estética geral e o desempenho ainda seriam preservados e as asas verticais agora teriam equipamentos de satélite, comunicação e navegação”, diz ele.
A empresa de dados Cirium indicou que o número de aviões desmontados para peças ou sucata pode dobrar para 1.000 anualmente até 2023, então certamente haverá muitos motores de Boeing 747 disponíveis se reutilizá-los dessa forma se tornar uma tendência.
Mas Pavasovic considera o conceito Cobra como um projeto único, em vez de uma indicação do futuro do design de superiates. É um dos dois novos conceitos que ele acabou de lançar (o segundo sendo o EX40 de 40 metros) para comemorar o primeiro aniversário de sua empresa Pavasovic Studio, com sede em Londres.
Se o conceito Cobra fosse adotado, Pavasovic acredita que levaria aproximadamente quatro anos para projetar e construir. O preço seria “provavelmente de centenas de milhões de dólares” dependendo de onde foi construído e das especificações finais.
“Até agora, a resposta tem sido avassaladora, especialmente no lado criativo do conceito”, diz ele, antes de enfatizar que o superiate é voltado para um tipo específico de proprietário.
“Este projeto atrairia apenas um punhado de proprietários por aí que estão menos preocupados com o fretamento e colocam o estilo e a velocidade acima de maximizar o uso do espaço”.
Embora o uso de motores de Boeing 747 indesejados para impulsionar um superiate possa ser uma noção nova e interessante, este certamente não é o primeiro conceito moderno que se inspirou em aeronaves.
No ano passado, o estaleiro italiano Codecasa revelou planos para um superiate conceito Codecasa Jet 2020 de 230 pés, que “pega emprestado” muitas das características estilísticas de um jato jumbo.
